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5 Erros ao Despachar com o Juiz

Andreia Oliveira
Advogada Especialista em Automações Jurídicas. Criadora do Canal Advocacia Quântica

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Resumo

Se você tivesse apenas cinco minutos com o juiz, saberia exatamente o que dizer?

 

O despacho pessoal é uma das ferramentas mais estratégicas da advocacia — mas também uma das mais negligenciadas. Neste artigo, compartilho os 5 erros mais comuns que vejo (e que já cometi) ao despachar com o magistrado, e mostro, passo a passo, como evitá-los com clareza, firmeza e respeito.

 

Se você está começando ou quer se sentir mais confiante nesse momento tão decisivo, este texto é para você.


 

Despacho com o juiz: os 5 erros que já cometi (e como você pode evitá-los)

 

Eu me lembro da primeira vez que precisei despachar com o juiz. Estava com um pedido urgente nas mãos, as pernas tremendo e o coração acelerado. Entrei no gabinete com toda a boa vontade do mundo — mas com zero estratégia. Resultado? Perdi uma grande oportunidade por um erro bobo: o juiz sequer tinha lido minha petição.

 

Na faculdade, ninguém nos ensina como lidar com o despacho pessoal. E a verdade é que, sem preparo, ele se torna um momento tenso, improdutivo e até constrangedor.

 

Hoje, depois de anos de prática, descobri que o despacho é, na verdade, uma das ferramentas mais poderosas da advocacia prática — e pode ser a diferença entre conseguir uma liminar ou ver um direito urgente ser ignorado.

 

Se você já se sentiu perdido(a) ou inseguro(a) ao despachar com o juiz, saiba que não está sozinho. E mais: há como se preparar e transformar esse momento em uma verdadeira estratégia de atuação.

 

Vamos juntos?

 

💣 Erro #1 – Despachar sem ter protocolado a petição

 

Sim, parece básico — mas esse é o erro mais comum (e mais fatal) que já presenciei.

 

Já vi colegas entrarem no gabinete cheios de boas intenções, mas sem que o juiz tivesse acesso ao conteúdo do pedido. Resultado? O juiz não tinha como decidir. Sem petição nos autos, não há o que despachar formalmente. E pior: essa atitude pode parecer amadora.

 

✅ Como evitar:

 

Sempre protocole a petição antes. Se for uma medida urgente, destaque isso no protocolo, leve uma cópia impressa e tenha o número do processo em mãos.

 

Assim, o juiz entende que você está preparado(a) — e valoriza isso.


 

🧠 Erro #2 – Ir sem um roteiro definido

 

Ir despreparado é como entrar numa audiência sem conhecer o processo. E eu já fiz isso também.

 

No início, eu chegava ao juiz e começava a falar de forma desorganizada, tentando misturar fundamentos jurídicos com a narrativa do cliente, achando que estava sendo completa. O que eu conseguia? Confundir o magistrado e perder o fio da meada.

 

✅ Como evitar:

 

Crie um roteiro objetivo. Um modelo que funciona muito bem para mim:

 

  1. Identificação rápida (nome, parte, número do processo);

  2. Contexto do pedido em uma frase;

  3. Fundamentação (ex: urgência, risco de dano, prova inequívoca);

  4. Pedido claro e direto (ex: “requeremos o deferimento da liminar”);

  5. Referência aos documentos que comprovam os fatos.

 

Treine esse roteiro em voz alta. Quanto mais você pratica, mais natural e segura fica sua comunicação.

 

🎙 Erro #3 – Falar difícil ou de forma enrolada

 

Uma vez ouvi de um servidor: “quando o advogado fala demais, o juiz escuta menos.” E isso ficou comigo.

 

Tentar impressionar com jargões, frases longas ou repetir a petição oralmente só passa uma mensagem: insegurança.

 

Fui aprendendo que comunicação jurídica eficaz é aquela que faz o juiz entender rápido, sem esforço. Clareza é poder.

 

✅ Como evitar:

Adote uma linguagem simples, direta e objetiva. Use frases como:

 

“Excelência, trata-se de pedido de tutela de urgência em razão de corte indevido de energia elétrica, com risco à saúde da autora, conforme laudo médico juntado à página 14.”

 

Nada de floreios. Quanto mais claro você for, maior a chance de ser atendido.

 

🙅‍♀️ Erro #4 – Apelar ao emocional sem base técnica

Já fiz isso. Já usei frases como “Excelência, a parte está desesperada”, achando que causaria empatia. Mas aprendi na prática: emoção sem prova não sustenta pedido.

O juiz precisa de elementos concretos, não de desabafo. Nossa função é levar o direito com base técnica, ainda que envolva situações humanas.

 

✅ Como evitar:

 

Fundamente sempre com base legal + prova nos autos. Exemplos de frases eficazes:

“A urgência está comprovada no laudo médico da página 12, que indica risco de agravamento em caso de interrupção do tratamento.”

“A verossimilhança está demonstrada nos comprovantes de pagamento e negativa de atendimento, anexados entre as páginas 7 e 9.”

Você pode ser humano sem perder a técnica. O juiz agradece.

 

🧭 Erro #5 – Encerrar o despacho de forma vaga

 

Você fez tudo certo: peticionou, montou um roteiro, falou com clareza… mas na hora de encerrar, solta um tímido “bom, era isso, obrigado.”

 

Isso enfraquece o pedido e pode passar a impressão de que você não sabe exatamente o que quer.

✅ Como evitar:

Finalize com firmeza e objetividade, reforçando seu pedido. Exemplos:

“Diante da urgência e da documentação juntada, requeremos o deferimento da tutela de urgência, nos termos da petição já protocolada.”

“Agradeço a atenção, Excelência. Estou à disposição para esclarecer qualquer ponto necessário.”

 

Não é sobre ser insistente. É sobre mostrar que você sabe o que está fazendo.

 

📋 Checklist do Despacho Estratégico

 

Antes de despachar com o juiz, revise:

 

✅ Petição protocolada e impressa
✅ Número do processo em mãos
✅ Roteiro estratégico ensaiado
✅ Comunicação clara e segura
✅ Fundamentos jurídicos destacados
✅ Pedido firme e respeitoso no encerramento

 

Se você fizer isso com frequência, vai perceber uma mudança enorme nos seus resultados — e na forma como você é percebido no fórum.

 

🤔 “E se o juiz não me atender?”

 

Isso pode acontecer, e não é o fim do mundo. Nesses casos:

 

  • Certifique-se de que a petição está clara e bem fundamentada;

  • Registre a tentativa de contato com o cartório ou assessoria;

  • Aguarde o andamento com paciência;

  • Verifique se é possível despachar com o assessor, de acordo com os costumes locais.

 
💬 Conclusão: Um pequeno ato que pode gerar grandes resultados

 

Despachar com o juiz é muito mais do que um ato burocrático — é uma oportunidade estratégica.

 

Com preparo, postura e clareza, você transforma esse momento em um diferencial. E, acredite: isso impacta diretamente nos seus resultados, na sua imagem profissional e até na sua autoconfiança.

 

Não espere se sentir 100% pronto. Comece com o básico, com o que você tem. Com o tempo, a prática vai trazendo fluidez e autoridade.

 

Se você quiser se aprofundar nesse tema, tenho dois presentes para você:

 

 

📺 Assista ao vídeo completo no canal da Advocacia Quântica, onde mostro como evitar esses erros com exemplos reais.

 

E se esse artigo te ajudou, compartilhe com alguém que está começando na advocacia.

A gente cresce muito mais quando caminha junto.

Com carinho,
Andreia Oliveira
Advogada e criadora da Advocacia Quântica

 

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